Europa volta a dominar o topo da lista das cidades com melhor qualidade de vida

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  • Lisboa desce 1 lugar, relativamente ao ano passado. Em 2017 encontra-se na 43ª posição, mantendo-se todavia acima de cidades como Nova Iorque e Madrid
  • Na avaliação efetuada este ano ao item das Infra-estruturas, Lisboa posiciona-se no 60º lugar, ainda assim acima de cidades como Lyon ou Roma
  • Viena é a cidade com maior nível de qualidade de vida a nível mundial, e Bagdade a com pior qualidade de vida.
  • Singapura é a cidade com melhores condições ao nível de infra-estruturas e Port-au-Prince a cidade com piores infra-estruturas
  • Oito das cidades do top 10 situam-se na Europa.

Apesar do aumento da volatilidade política e financeira na Europa, muitas das cidades deste continente oferecem o maior nível de qualidade de vida do mundo, mantendo-se como destino atrativo para empresas em expansão e para o acolhimento de pessoas em missões internacionais, de acordo com o 19º estudo anual Quality of Living da Mercer.

A infra-estrutura de uma cidade, item que foi classificado separadamente este ano, assume um papel importantíssimo no momento das multinacionais escolherem para onde querem expandir as suas operações e enviar os seus colaboradores expatriados. O fácil acesso à rede de transportes, serviços de energia fiáveis e água potável são factores importantes quando as empresas têm que apurar os custos das políticas de mobilidade internacional, que têm por base as diferenças existentes entre a cidade de origem do colaborador e a cidade onde será colocado.

A instabilidade económica, a insegurança social e a crescente turbulência política são elementos que dificultam ainda mais o difícil desafio que as empresas multinacionais enfrentam quando analisam a qualidade de vida da sua força de trabalho expatriada”, refere Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal. “Para as multinacionais e para os governos é essencial que toda esta informação referente à qualidade de vida seja objetiva, detalhada e fiável. Não só permite às empresas definirem políticas de compensação adequadas, como fazer uma análise do ambiente que os expatriados vão encontrar nas cidades de destino” conclui.

Em períodos de maior incerteza, as organizações que planeiam estabelecer-se ou enviar colaboradores para um novo local devem garantir que conhecem toda a informação e o contexto da cidade, incluindo a sua viabilidade enquanto local de negócios e o nível de atratividade para o talento crítico da organização, acrescenta Diogo Alarcão.

Viena ocupa o primeiro lugar da tabela das cidades com melhor qualidade de vida pelo 8º ano consecutivo, sendo que o restante top10 é maioritariamente ocupado por cidades europeias: Zurique (2º lugar), Munique (4º lugar), Dusseldorf (6º lugar), Frankfurt (7º lugar), Genebra (8º lugar), Copenhaga (9º lugar), e Basileia, um estreante na lista, em 10º lugar. As únicas cidades não europeias neste Top10 são Auckland (3º lugar) e Vancouver (5º lugar). As cidades mais bem classificadas da Ásia e da América Latina são Singapura (25º lugar) e Montevidéu (79º lugar), respetivamente.

O estudo da Mercer deste ano inclui ainda uma tabela de classificação da infra-estrutura de cada cidade, que avalia o fornecimento de eletricidade, de água potável, de serviços de telecomunicações, de transportes públicos, tráfego e congestionamento automóvel, bem como a variedade de voos internacionais a partir dos aeroportos locais. Singapura lidera esta tabela das infra-estruturas das cidades, seguida por Frankfurt e Munique, ambas em 2º lugar. Bagdad (230º lugar) e Port au Prince (231º lugar) ocupam os últimos lugares, em termos de infra-estrutura.

O estudo oficial da Mercer é um dos mais abrangentes e completos do mundo, e é realizado anualmente para as empresas multinacionais e outras organizações poderem compensar os seus colaboradores de uma forma justa sempre que os destacam para o estrangeiro em trabalho. Além da importante informação que faculta, os estudos Quality of Living da Mercer fornecem recomendações premium para mais de 450 cidades em todo o mundo. O ranking deste ano inclui 231 dessas cidades.

O sucesso dos processos de expatriação é influenciado por variáveis como a facilidade de viagem e de comunicação, os padrões de higiene e saneamento, a segurança pessoal e o acesso a serviços públicos, refere Tiago Borges, Responsável da área de Career na Mercer Portugal. As empresas multinacionais necessitam de informação precisa e atempada que as ajude a calcularem o pacote de compensação para os colaboradores expatriados, de uma forma justa e consistente – um verdadeiro desafio em locais com uma qualidade de vida menos boa.

A infraestrutura de uma cidade, ou a falta dela, pode afetar consideravelmente a qualidade de vida que os expatriados e as respetivas famílias usufruem diariamente. O acesso a uma variedade de opções de transporte, o acesso a eletricidade e a água potável estão entre as necessidades essenciais dos colaboradores expatriados que vão trabalhar para uma nova cidade. Uma infra-estrutura bem desenvolvida pode ser uma vantagem competitiva importante para as cidades ou municípios que querem atrair empresas multinacionais e investimento estrangeiro, acrescenta Tiago Borges.

Europa

Mesmo perante alguma turbulência económica e política, as cidades da Europa Ocidental continuam a garantir alguns dos maiores níveis de qualidade de vida do mundo. No topo da tabela está novamente a cidade de Viena, seguida por Zurique (2º lugar), Munique (4º lugar), Dusseldorf (6º lugar), Frankfurt (7º lugar), Genebra (8º lugar), Copenhaga (9º lugar), e pela estreante Basileia (10º lugar). Em 69º lugar surge Praga, a mais bem classificada entre as cidades da Europa Central e Oriental, seguida por Ljubljana (76º lugar) e Budapeste (78º lugar). A maioria das cidades europeias manteve-se estável neste ranking, à exceção de Bruxelas (27º lugar), que caiu seis lugares devido aos problemas de segurança causados pelos ataques terroristas, e de Roma (57º lugar), que desceu quatro posições no seguimento de problemas referentes à remoção de resíduos. Por fim, Istambul desceu do 122º lugar para a 133ª posição, devido à grave turbulência política na Turquia durante o ano passado. As cidades da Europa com a classificação mais baixa neste ranking da Mercer são S. Petersburgo e Tirana (ambas na 176ª posição), em conjunto com Minsk (189º lugar).

As cidades da Europa Ocidental ocupam a maior parte das posições cimeiras da tabela referente às infra-estruturas, com Frankfurt e Munique a assegurarem a 2ª posição do ranking a nível mundial (com a mesma pontuação), seguidas por Copenhaga (4º lugar) e por Dusseldorf (5º lugar). Londres aparece no 6º lugar, e Hamburgo e Zurique aparecem ambos na 9ª posição. As cidades europeias com a classificação mais baixa neste ranking são Sarajevo (171º lugar) e Tirana (188º lugar).

As cidades mais bem classificadas em termos de infra-estrutura oferecem uma combinação dos melhores aeroportos locais e internacionais, de uma rede de transportes locais variada e de grande cobertura, e de soluções inovadoras como tecnologias inteligentes e opções de energia alternativa, comenta Tiago Borges. A maioria das cidades procuram a variedade, a fiabilidade, a tecnologia e a sustentabilidade quando desenham uma infra-estrutura para o futuro.

Lisboa surge classificada em 43º lugar do ranking, descendo um lugar relativamente ao ano anterior. A capital portuguesa posiciona-se imediatamente acima de cidades como Nova Iorque (44º) e Edimburgo (45º). Relativamente ao nível da infra-estrutura, Lisboa encontra-se em 60º lugar, encontrando-se acima de cidades como Lyon (67º) ou Roma (73º).

Américas

Na América do Norte, as cidades canadianas ocupam os lugares de topo do ranking. Vancouver (5º lugar) é novamente a cidade mais bem classificada em termos de qualidade de vida. Segue-se Toronto e Otava, na 16ª e 18ª posição, respetivamente. São Francisco é a cidade dos EUA com a melhor qualidade de vida (29º lugar), seguida por Boston (35º lugar), Honolulu (36º lugar), Nova Iorque (44º lugar) e Seattle (45º lugar). O elevado índice de criminalidade em Los Angeles (58º lugar) e Chicago (47º lugar) influenciou a descida de nove e quatro lugares destas cidades, respetivamente. Monterrey (110º lugar) é a cidade mexicana mais bem classificada no ranking, com a capital deste país, a Cidade do México, a ocupar a 128ª posição. Na América do Sul, Montevidéu (79º lugar) é a cidade com melhor qualidade de vida, seguida por Buenos Aires (93º lugar) e Santiago (95º lugar). La Paz (157º lugar) e Caracas (189º lugar) são as cidades desta região menos cotadas no ranking.

Relativamente à infra-estrutura, Vancouver (na 9ª posição) é a melhor classificada da região. Segue-se Atlanta e Montreal que surgem empatadas na 14ª posição. No global, a infra-estrutura das cidades no Canadá e nos Estados Unidos tem uma qualidade elevada, nomeadamente em termos de ligações nos aeroportos e na rede de autocarros, de disponibilização de água potável limpa e de fiabilidade no fornecimento de eletricidade. O congestionamento do trânsito é uma preocupação das cidades de toda esta região. Tegucigalpa (208º lugar) e Port-au-Prince (231º lugar) têm as notas mais baixas em termos de infra-estrutura na tabela Norte Americana. No ranking da América do Sul, a cidade mais bem classificada em 84º lugar é Santiago, e a mais mal classificada é La Paz, na 168ª posição.

Ásia-Pacífico

Singapura (25º lugar) é a cidade da região da Ásia-Pacífico que ocupa a posição mais alta no ranking, apesar de existir uma grande disparidade em termos de qualidade de vida; Dushanbe (215º lugar) no Tajiquistão tem a classificação mais baixa. No sudeste asiático, Kuala Lumpur (86º lugar) surge logo atrás de Singapura. Entre as restantes cidades mais importantes, o destaque vai para Banguecoque (131º lugar), Manila (135º lugar), e Jacarta (143º lugar). São cinco as cidades japonesas que lideram o ranking da Ásia Oriental: Tóquio (47º lugar), Kobe (50º lugar), Yokohama (51º lugar), Osaka (60º lugar), e Nagoya (63º lugar). Hong Kong (71º lugar), Seul (76º lugar), Taipei (85º lugar), Xangai (102º lugar), e Beijing (119º lugar) são as carismáticas cidades da Ásia que compõem esta tabela. Existe também uma variação considerável no que diz respeito ao ranking das infraestruturas das cidades na Ásia. Neste caso, a cidade líder é Singapura (1º lugar), e Dhaka (214º lugar) a pior classificada.

Nova Zelândia e Austrália continuam bem classificadas no ranking em termos de qualidade de vida: Auckland (3º lugar), Sydney (10º lugar), Wellington (15º lugar), e Melbourne (16º lugar) integram o top 20. No entanto, quando classificadas quanto às infraestruturas disponíveis, apenas Sydney (8º lugar) faz parte do top dez, com Perth (32º lugar), Melbourne (34º lugar), e Brisbane (37º lugar) a apresentarem uma avaliação positiva na região da Oceânia. No global, as cidades da Oceânia oferecem uma boa qualidade de vida, embora alguns critérios como as ligações aeroportuárias e o congestionamento do trânsito estejam entre os fatores que penalizam significativamente no que diz respeito à infraestrutura urbana.

Médio Oriente e África

O Dubai (74º lugar) continua a ser a cidade com melhor qualidade de vida na zona de África e do Médio Oriente, subindo uma posição face à classificação do ano passado. Segue-se Abu Dhabi (79º lugar), que também subiu três lugares. Saná (229º lugar) no Iémen, Bangui (230º lugar) na República Centro-Africana, e Bagdad (231º lugar) no Iraque são as três regiões pior classificadas em termos de qualidade de vida.

O Dubai lidera também esta lista no que toca às infra-estruturas, surgindo na 51ª posição. Apenas cinco outras cidades desta região estão incluídas no top 100, incluindo Telavive (56º lugar), Abu Dhabi (67º lugar), Port Louis (94º lugar), Mascate (97º lugar), e o próximo anfitrião do Campeonato do Mundo da FIFA 2022, Doha no Qatar, que aparece em 96º lugar em termos de infra-estrutura. As cidades dos países africanos e do Médio Oriente dominam a metade inferior da tabela da infra-estrutura, com Brazzaville (228º lugar) na República do Congo, Saná (229º lugar) e Bagdad (230º lugar) com as piores classificações.

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