Projecto GreenWalk – O Geoturismo como objectivo.

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O turismo, genericamente, é uma actividade com grande potencial em Portugal. Contudo, o turismo “especializado” como é o caso do Geoturismo, tem uma mais valia maior pois poderemos estar a vender algo de único!

O projecto empresarial GreenWalk visa desenvolver a prática do Geoturismo em Portugal. Falámos com António Tavares, responsável pelo projecto e, fizemos uma saída de campo onde nos deu a conhecer os pontos mais relevantes que servirão de cenário aos seus passeios organizados.

Passear (P) – Porquê o surgimento da GreenWalk?

António Tavares (AT) – Esta ideia, surgiu-me numa caminhada na Serra do Alvão, em Agosto de 2009. Observando os rochedos esculpidos pela acção dos agentes erosivos daquelas cumeadas e conversando com a minha companheira, que sempre me apoiou nestas andanças, comentei, porque não criar uma actividade de turismo geológico? Chegado a Lisboa logo comecei a pesquisar sobre este tipo de actividade. A ideia parecia-me original, mas verifiquei que já há algo de parecido no turismo de natureza. No entanto Greenwalk ainda tem muito de original na maneira como faz seus itinerários, julgo que é mais holística em termos de abranger a paisagem natural e em termos de abranger qualquer pessoa sem restrições sob a sua condição.

P – O que é a GreenWalk?

AT – Greenwalk, é então, uma actividade de turismo de natureza vocacionada para o geoturismo sustentável. Tem o objectivo de aliar o conhecimento e consciencialização ambiental com o lazer. A consciencialização ambiental é feita sobre as visitas a geossítios onde será dada a conhecer de como certas políticas de desenvolvimento poderão ter impactos irreversíveis no ambiente. Lazer será o usufruto de paisagens que Greenwalk definiu como sítios de interesse geológico ou de biodiversidade.

P – A quem se destina as actividades da GreenWalk e a que mercados?

AT – Greenwalk é uma actividade que não exclui qualquer visitante, abrangendo todas as classes, idades e condição física. No entanto, fará por criar grupos homogéneos, ou seja, cada grupo terá necessariamente interesse e conhecimento diferente sobre o património. Assim, fará por não mesclar influências diferentes que possam por em causa a estabilidade nas visitas. Programará visitas para público em geral, público específico, caso de estudantes, grupos de empresas, mas também está a projectar visitas a grupos de idosos ou de apoio a instituições. Terá mesmo uma política de inclusão social, na medida que tem projectos para definir itinerários tanto para idosos como para deficientes de modo a que tenham contacto com a natureza no seu maior esplendor.

O mercado prioritário é ainda o nacional, mas sempre aberto a alguém que surja do exterior. Muito em breve, será difundido greenwalk no exterior, através de parcerias com hotéis e outras actividades. Também serão estruturados convenientemente itinerários para clientes estrangeiros.

P – Como tem sido feita a promoção da GreenWalk?

AT – Greenwalk começou por um pequeno blogue que cedo teve a sua influência. As ferramentas disponíveis na Web são de facto uma grande ajuda, exemplo da recente adesão ao Facebook que teve papel fundamental no aumento de visitas ao blogue. No que se refere à Web está a ser desenvolvido o sítio Greenwalk. Está-se a preparar também acções de promoção junto das entidades de turismo, câmaras municipais, hotéis, pousadas e clubes desportivos.

P – Quais os locais onde a Green Walk irá actuar?

AT – Greenwalk localiza-se em Lisboa. Neste início de actividade, a estratégia foi definida para a região da península de Lisboa e em breve também de Setúbal. A região de Lisboa em termos de geossítios é fabulosa, há nesta região, uma diversidade geológica e mesmo de biológica que ainda resiste a uma pressão gigantesca da expansão urbana e especulação sobre os solos. Neste aspecto esta península é exemplar para o objectivo de greenwalk, na medida em que, a consciencialização ambiental não poderia ter melhor cenário, onde se confronta uma grande diversidade de património natural face à maior pressão urbana do território português centrada na AML (Área Metropolitana de Lisboa).

 O objectivo após a estabilização da actividade é abranger os principais parques naturais de Portugal e acrescentar ao património desses parques outros geossítios, ainda esquecidos pelas entidades públicas e vulneráveis a interesses dos privados.

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