Parque de Monserrate vence European Garden Awards

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O Parque de Monserrate (Sintra) venceu na passada Sexta-feira, dia 6 de Setembro, na Alemanha (em Juechen), o European Garden Award atribuído pela European Garden Heritage Network (EGHN) e a Schloss Dyck Foundation. Este prémio, na sua 4ª edição, selecionou o Parque de Monserrate como vencedor na categoria “Best Development of a Historic Park or Garden” (Melhor Desenvolvimento de um Parque ou Jardim Histórico).

Credits_Gerald Luckhurst

O galardão, para o qual o Parque de Monserrate foi nomeado finalista com outros dois jardins europeus, implicou uma seleção inicial entre inúmeros parques e jardins europeus, elaborado com base em critérios como a utilização de métodos inovadores de implementação e gestão, a relevância para o desenvolvimento urbano, sustentabilidade ou envolvimento da comunidade, bem como a elevada qualidade na construção, restauro e manutenção.

Na cerimónia a Parques de Sintra esteve representada por Nuno Oliveira (Eng. Florestal e Diretor Técnico da Parques de Sintra para o Património Natural), Gerald Luckhurst (Arquiteto Paisagista consultor da Parques de Sintra), e Sérgio Lourenço (Chefe de Jardineiros do Parque de Monserrate)

Os European Garden Awards atribuem prémios em três categorias, nomeadamente:

– Best Development of a Historic Park or Garden (Melhor Desenvolvimento de um Parque ou Jardim Histórico), que premeia parques históricos e jardins que tenham sido sujeitos a medidas de restauro, melhoria e desenvolvimento excecionais, ou que incluam atividades relacionadas com a inclusão social, educação, ambiente e serviços ao visitante [os finalistas foram o Parque de Monserrate (Sintra, Portugal), o Summer Garden (S. Petersburgo, Rússia) e o Gunnebo Castle and Garden (Suécia)]

– Contemporary Park or Garden (Parque ou Jardim Contemporâneo), que premeia parques e jardins com conceitos e design contemporâneo de alta qualidade, já implementados ou em curso [finalistas Foss Mdina (Malta), Floor Works (Genebra, Suíça), Queen Elizabeth Olympic Park (Londres, Reino Unido)]

– Special Award of the Schloss Dyck Foundation (Prémio especial da Fundação Schloss Dyck), que premeia um grupo ou iniciativa que apoie a criação ou restauro de um parque ou jardim, ou um evento bem-sucedido de artes em jardins [finalistas Nomadisch Grün (Berlim, Alemanha), Festival Arte Sella (Itália) e Realdania (Dinamarca)]

O júri é constituído por especialistas em jardins e paisagismo, nomeadamente: Alan Thornley, Presidente da EGHN e antigo Diretor de Planeamento do Cheshire County Council (Reino Unido); Roswitha Arnold, Vice-Presidente da EGHN e Responsável pela Cultura e Ambiente no Rhineland Regional Council (Alemanha); Stephan Lenzen, Arquiteto Paisagista (Alemanha); Mariachiara Pozzana, Arquiteta Paisagista (Itália); Ed Bennis, antigo Diretor de Paisagismo na Manchester Metropolitan University (Reino Unido); Gunnar Ericson Senior Advisor da cidade de Malmo e antigo Diretor do Departamento de Planeamento Verde em Malmo (Suécia); e Jens Spanjer membro da Administração da Schloss Dyck Foundation (Alemanha).

Credits_Gerald Luckhurst

O Parque de Monserrate tem registado uma curva ascendente constante no que respeita a número de visitantes e, só em 2012, recebeu quase 100.000 visitas, o que representou uma subida de 14,26% relativamente ao ano anterior. Este parque integra jardins e palácio, testemunho dos ecletismos do séc. XIX, a partir do qual os motivos exóticos e vegetalistas da decoração interior se prolongam para o exterior. Consiste num dos mais ricos jardins botânicos portugueses e desde o séc. XIX que se tornou num ponto de passagem obrigatório para viajantes. Foi sobretudo graças à intervenção do paisagista William Stockdale, do botânico William Neville, do mestre jardineiro James Burt e, acima de tudo, ao espírito romântico de Francis Cook, que se encontram hoje, no Parque de Monserrate, cenários contrastantes. Ao longo de caminhos sinuosos e em convívio com espécies espontâneas da região, como os medronheiros de porte arbóreo, os já muito raros azevinhos e os imponentes sobreiros, surgem ancestrais fetos arbóreos e araucárias, agaves e palmeiras que recriam um cenário do México, camélias, azáleas, rododendros e bambus, lembrando um jardim do Japão. Espécies vindas de todo o Mundo foram organizadas por áreas geográficas, refletindo as diversas origens das plantas e compondo cenários ao longo de caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas. A Parques de Sintra tem conduzido um profundo trabalho de manutenção e restauro neste parque, nomeadamente na recuperação do Jardim do México e do Roseiral, inaugurados recentemente. Os trabalhos da empresa são desenvolvidos com o apoio não só de colaboradores contratados pelas vias comuns mas também com recurso a protocolos com os estabelecimentos prisionais e com Cooperativas de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados. Adicionalmente, os “Amigos de Monserrate” garantiram a manutenção do parque antes da constituição da Parques de Sintra, e continuam atualmente a ser parceiros na promoção e divulgação do mesmo. A empresa estabeleceu também protocolos com importantes instituições internacionais, tais como os Kew Gardens, a Maison Familiale Rurale Domain Garachon e o Professional Gardeners Guild, através dos quais recebe alunos e os integra nas equipas para partilha de experiências e conhecimento.

Fonte: Parques de Sintra – Monte da Lua

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