A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa apresentou, no passado mês de Dezembro a Rota do Azeite da Beira Baixa, na Academia Time Out, no mercado da Ribeira, em Lisboa. Nesta Rota o azeite é o guia de uma viagem pelos sabores mais genuínos e pelas experiências mais autênticas do território da Beira Baixa. Degustamos os azeite numa prova orientada um almoço em que alguns pratos identitários da região, tais como a tiborna ou a lagarada foram as estrelas e o azeite sempre presente. Com o chef Miguel Mesquita, os convidados colocaram as mãos na massa, literalmente, confecionando a sua refeição.
Através da representante da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior foi também um momento para saber mais sobre os olivais e o tipo de azeitona de acordo com as regiões, a cultura expansiva versus cultura intensiva e o que surpreende é mesmo a quantidade de marcas disponíveis no nosso mercado e com um foco forte na exportação.
Sobrea APABI: Criada em 2000, a Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) é uma organização de produtores de azeite que engloba 45 Lagares de azeite e 7.000 olivicultores; 60% do azeite produzido na Beira Interior e 100% do Azeite DOP. A sua área de influência é a região da Beira Interior, correspondente aos distritos de Castelo Branco, que inclui o concelho de Mação e da Guarda. Tendo como principais objetivos a dinamização da fileira oleícola, o fomento da produção de azeites de qualidade superior, a organização da fileira oleícola bem como a promoção e divulgação dos azeites da região, junto dos mercados de destino e do público em geral, nomeadamente ao nível da presença em certames especializados e na organização de eventos próprios.
As paisagens, o património, a história e os sabores são as raízes desta Rota que traz uma mão cheia de experiências para viver e sentir a Beira Baixa, um território com muitos segredos por desvendar. A Rota dá a conhecer um azeite ímpar, alguns pratos tradicionais distintivos da região, os restaurantes onde podem ser degustados e, também, as inúmeras experiências turísticas existentes ligadas ao azeite.
Um convite irrecusável para mergulhar na Beira Baixa e descobrir a alma deste território inigualável composto por seis municípios – Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, que comungam a generosidade e o bem receber.
“O azeite da Beira Baixa é um fio dourado que une todo o território. É um produto endógeno singular que se vem distinguindo no panorama dos azeites nacionais e internacionais, com, inclusive, alguns prémios conquistados. Desta forma, fez-nos todo sentido, que este seja o mote escolhido para comunicar o território nesta altura do ano, em que o azeite é um dos destaques das mesas natalícias”, explica João Carvalhinho, secretário executivo da CIMBB, que realça a ligação do azeite à Beira Baixa. “De facto, no território, temos um número significativo de lagares de azeite e uma área de olivais que tem vindo a crescer, mantendo-se sempre um equilíbrio entre os olivais modernos e tradicionais. Além disso, temos, também, uma ligação cultural muito forte ao azeite, com mais de 2 mil anos”, sublinha.
As paisagens, o património e a história, os sabores de um azeite distintivo e único no mundo são, assim, as raízes desta Rota que traz uma mão cheia de experiências para viver e sentir. “Com estas propostas turísticas propomos aos visitantes que sigam num roteiro natural e patrimonial riquíssimo em que o azeite se cruza com outros ativos riquíssimos, tais como, o rio Tejo e Zêzere, as serras da Gardunha, Talhadas e Malcata, etc.”, avança o Secretário Executivo da Beira Baixa.
Sugestão de dois dias
Viagem gastronómica por todo o processo de produção, comercialização e degustação do azeite, enquanto produto endógeno de excelência da Beira Baixa. O percurso tem início com uma visita a um lagar em Oleiros, seguindo-se uma experiência gastronómica de Cabrito Estonado, Maranho ou outros produtos de referência endógena. Posteriormente, recomenda-se a visita aos Olivais em socalcos em Proença-a-Nova, onde pode desfrutar da paisagem impressionante de oliveiras em bataréus, passando depois a uma visita aos Lagares Tradicionais onde, para além de poder conhecer de perto as tarefas dos lagareiros e assistir a uma das produções mais tradicionais da nossa região, pode ainda fazer degustação de tiborna com azeite acabado de produzir. No dia seguinte, recomenda-se a visita ao Lagar de Varas de Vila Velha de Ródão, formatado enquanto espaço museológico que exemplifica o funcionamento dos lagares nesta região com duas técnicas distintas tanto de moagem como prensa de azeitona. Da parte da tarde, pode visitar o Núcleo Museológico do Azeite em Proença-a-Velha, deliciar-se com refeições típicas da região onde o azeite é ingrediente obrigatório, e testar a qualidade das Bolachas do deserto confecionadas com azeite. De realçar que o Festival do Azeite e Fumeiro decorre, anualmente, em Idanha-a-Nova no fim de semana antes do Carnaval e que o Festival da Bica de Azeite é celebrado, anualmente, em setembro, em Monforte da Beira, Castelo Branco. Adequada a todas as idades.
