“Desertos de Neve” podem ser contemplados em Oleiros

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O Galeria Municipal de Oleiros recebeu na quinta-feira, 30 de março, uma nova mostra. No dia em que se comemoraram 399 anos do primeiro passo que Padre António de Andrade deu na sua expedição que levou ao Descobrimento do Tibete, foi inaugurada a exposição fotográfica “Desertos de Neve”, da autoria Joaquim Magalhães de Castro, um dos maiores especialistas da vida e obra deste ícone oleirense, bem como da cultura tibetana.

As fotografias, com incrível detalhe e sublime beleza, deslumbraram todos os presentes, com o Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, a sublinhar esse mesmo facto, sem esquecer a importância do Padre António de Andrade enquanto símbolo inspirador para as novas gerações, projetando o nosso concelho em todo o mundo.
Já o autor da exposição contou alguns pormenores de uma jornada arriscada que o levou a seguir os mesmos passos do jesuíta oleirense, o que revela a importância que este tem na sua vida. “Sempre teve um fascínio especial pelo Tibete e através da influência do Padre António de Andrade sinto que sou de Oleiros por afinidade”, começou por dizer, acrescentando que tem como sonho realizar uma longa-metragem sobre a vida e obra do clérigo. “Elogio a decisão do Município de antecipar as comemorações dos 400 anos do Descobrimento do Tibete. Teremos durante 12 meses várias atividades que providenciarão contexto até aos que possam desconhecer os seus feitos”, concluiu.
A exposição retrata os locais percorridos por Andrade no “País das Neves Eternas” ou no “Tecto do Mundo”, sendo estas algumas das expressões mais comuns quando queremos referir-nos ao misterioso e esotérico Tibete. Porém, a verdade é que tais palavras se revelam insuficientes para definir a grandiosidade e amplitude desta extensão de terra nos confins dos Himalaias. Fonte de fascínio para o mundo exterior, o Tibete esteve “apartado” do Ocidente pelo menos até ao início do século XVII, altura em que jesuítas portugueses instalados em Goa incitados pelos rumores de que ali existiriam comunidades cristãs, abriram o caminho a uma série de exploradores e aventureiros que apenas quase três séculos mais tarde depois ousariam partir em busca das riquezas materiais e espirituais dessa nação. Ora, o protagonista dessa aventura foi um oleirense: o padre António de Andrade (1580-1634), o qual em 1624, após uma dura travessia dos «desertos de neve» que separam a Índia do Tibete, chega a Tsaparang, a capital do reino tibetano de Guge, na atual região de Ngari, lidera uma expedição dos primeiros ocidentais a visitar o Tecto do Mundo, na altura associado ao mítico reino do Cataio.

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