9.º Fórum Vê Portugal mostrou que turismo é o motor da economia e um fator de coesão nacional

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Numa iniciativa do Turismo do Centro de Portugal e com uma equipa liderada por Pedro Machado, temo-nos habituado ao longo dos anos a uma forma de estar e de ver o Turismo Interno e não só, com inovação, dinâmica, pensar diferente e, sobretudo de forma conjunta com as outras regiões de Turismo em Portugal.

20% é o que o turismo representa na economia nacional. Um indicador ligado às dormidas tem tido uma evolução que diz muito: 4 411 479 dormidas em 2022 quando eram 4 016 800 em 2019 considerado o melhor ano de sempre antes da pandemia e de praticamente metade no ano de 2013 (à 10 anos) com 2 422 000. Foi das actividades que melhor ajudou a mitigar prejuízos. E em 2022 regista um aumento de 15% comparativamente com 2019.
Pedro Machado deu destaque à necessidade de trabalhar em proximidade com os agentes económicos e nos territórios, à necessidade de formar pessoas e as entidades regionais terem mais competências. O grande desafio trazer para o interior de Portugal mais valências mais empresas. Os territórios fizeram um esforço ao longo dos anos e existe uma diversidade de oferta de produtos.
Focou ainda a posta no Turismo de proximidade olharmos para Espanha como um dos principais mercado emissores.

As regiões desempenham um trabalho importantíssimo na estruturação de novos produtos turísticos, que aumentam a diversidade da ‘oferta Portugal’.
Em 2006, foram lançados 10 produtos estratégicos. Hoje, Portugal posiciona-se internacionalmente com 22 produtos turísticos. Produtos como o enoturismo, o turismo religioso, o ecoturismo, a cultura, o património, a arte, e tantos outros que fazem de Portugal não só o melhor destino europeu, como tem sido reconhecido, mas representam uma enorme atratividade. Para além da importância de reforçar o volume de investimento na promoção externa, dirigida aos mercados internacionais, torna-se cada vez mais fundamental reforçar e cuidar do mercado interno, absolutamente estruturante no nosso país.
Algumas das respostas que surgem para corresponder aos desafios atuais passam por restaurar a confiança dos viajantes, em particular dos internacionais, apoiar a consolidação das empresas, apostar nas bases de um turismo cada vez mais sustentável e adequar a atividade turística ao inverno demográfico que está a acontecer no mundo, bem como, à agenda das alterações climáticas, fazendo com que o turismo nas regiões e no nosso país continue a ser cada vez mais atrativo e competitivo.
Fonte: Turismo do Centro

3 dias que marcam. Pelas intervenções dos oradoraes pelo muito que se aprende sobre a nossa realidade e como se perspectiva o futuro.
Cerca de 600 participantes marcaram presença e ao longo de 3 dias tiveram oportunidade de conhecer algumas das ofertas na Covilhã, cidade anfitiã, desde um Roteiro pela Arte Urbana da Covilhã; Visita ao Museu de Lanifícios da Uni Beira Interior; Percurso pedestre pela Rota da Floresta; Visita ao Museu da Covilhã e Oficinas de Criação no New Hand Lab.
As reuniões promovidos no dia 29 entre compradores e fornecedoresarrancaram com uma bolsa de contactos, na qual ser realizam reuniões B2B entre empresas. Nestas reuniões, os operadores turísticos e as agências de viagens nacionais ficaram a conhecer a oferta turística da região Centro de Portugal, com especial incidência na sub-região Beiras e Serra da Estrela, e puderam assim estabelecer oportunidades de negócio para o futuro.
Inscreveram-se para estas reuniões 25 buyers (da parte da procura) e 22 suppliers (da parte da oferta), com dezenas de reuniões a decorrer em simultâneo entre empreendimentos turísticos, restaurantes e empresas de animação turística regionais, além de representantes institucionais.

O 2º dia de trabalhos Pedro Machado chamou a nossa atenção para as grandes prioridades do Turismo Centro de Portugal”: a “estruturação do produto turístico”, a “promoção turística integrada”, “a capacitação e qualificação dos agentes” e a “monitorização e produção de conhecimento”.
Na sua intervenção, Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, recordou que a Covilhã “tem uma oferta que abrange todos os segmentos do turismo”. “Só não temos as ondas do mar”, disse. “O turismo desempenha um papel central na economia. Fortalece laços e proporciona o intercâmbio de experiências. Este fórum permite-nos conversar e ouvir os especialistas…
Por sua vez, Mário Raposo, reitor da Univsersidade da Beira Interior, recordou que o turismo enfrenta também desafios, destacando a “necessidade de criar marcas regionais e de apostar em novos produtos que atraiam visitantes durante todo o ano”.
A terminar a sessão de abertura, Nuno Fazenda secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços. – também ele com raízes na Covilhã – lembrou que “um terço da procura turística no país é de origem interna”, pelo que “tem um peso fundamental na economia”. Sublinhando que a procura no primeiro trimestre do ano bateu todos os recordes, o secretário de Estado referiu que tal se deve “às empresas, aos trabalhadores, mas também às políticas públicas”. “Só trabalhando juntos conseguimos estes resultados”, considerou.

“Turismo Interno – Desafios para Portugal”. A conversa juntou um painel alargado, que incluiu Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal no momento, e quatro presidentes de regiões de turismo –Pedro Machado, do Centro de Portugal;Luís Pedro Martins, do Porto e Norte de Portugal;Vítor Silva, do Alentejo; e João Fernandes, do Algarve – que foram desafiados pelo moderador, o jornalista Paulo Baldaia, a conversar sobre como se pode melhorar a estrutura do turismo em Portugal.

Luís Araújo começou o debate, salientando que o modelo existente funciona e tem dado provas. “A promoção turística do país precisa de estruturas flexíveis, em colaboração estreita entre si, que deem resposta às necessidades dos visitantes. É esse modelo que existe e que tem alcançado resultados muito positivos”, afirmou.

Para Luís Pedro Martins, “o setor do turismo tem conseguido prosseguir o trabalho realizado sem grandes roturas e com estabilidade”. Recordando que “o turismo foi o setor que começou a regionalização, em 2013”, Luís Pedro Martins referiu que “passada uma década, é altura de mudanças. As regiões estão próximas das empresas e, devido a essa proximidade, podem fazer algum do trabalho feito pelo Turismo de Portugal”. “Estamos no bom caminho e só temos de o aprofundar”, concluiu.

Por parte do Alentejo, Vítor Silva considerou que não é necessário mexer no modelo atual. “Este modelo provou que funciona e introduzir alterações pode ser um tiro no pé. Somos o setor económico mais invejado e, com poucos meios, conseguimos fazer crescer as marcas regionais. O modelo funciona, não é preciso mexer”, disse.

João Fernandes reconheceu também que “o modelo está bem conseguido e tem dado cartas”, lembrando que “o Turismo de Portugal é uma referência a nível internacional”. No entanto, reconheceu que “é preciso reforçar as competências nas ERT, num processo de melhoria contínua” e, acima de tudo, é preciso “reforçar o financiamento das ERT, que precisa de mais recursos”.

A terminar o painel, Pedro Machado reforçou a ideia de que “o edifício do turismo responde, mas precisa de melhoramentos. “A Lei 2013 resolveu vários problemas, como a proliferação de entidades de turismo, que provocava descontinuidade territorial de produtos. Mas, entretanto, o mundo mudou. Os visitantes têm hoje prioridades diferentes, pelo que há alterações que devem ser feitas agora no reforço das competências das ERT. Estamos bem, mas podemos melhorar”, concluiu.

O Fórum Vê Portugla é também um momento de homenagear e Turismo Centro de Portugal homenageou nove personalidades e instituições que têm contribuído para o desenvolvimento e notoriedade do turismo na região Centro de Portugal.

A homenagem aconteceu durante o Jantar Oficial “Vê Portugal”, que teve lugar no Hotel Dona Maria, na Covilhã, num dos momentos altos do 9.º Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”, que decorre nesta cidade de 29 a 31 de maio. A cerimónia foi presidida pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Os homenageados foram:

  • Personalidade: três presidentes das Entidades Regionais de Turismo que terminam este ano os seus mandatos, nomeadamente João Fernandes (ERT Algarve), Victor Costa (ERT Lisboa) e Vítor Silva (ERT Alentejo).
  • Personalidade / Reconhecimento: Alexandre Patrício Gouveia (a título póstumo).
  • Sustentabilidade: Chão do Rio, Turismo de Aldeia em Travancinha, Seia.
  • Hotelaria: Casa Grande de Loureiro, em Tábua
  • Restauração: Restaurante Vallécula, em Valhelhas, na Guarda
  • Marca: Água de Luso, na Mealhada.
  • Eventos: Boom Festival, em Idanha-a-Nova, e Festa dos Tabuleiros, em Tomar.

Pedro Machado foi igualmente homenageado por parte dos três presidentes das ERT cessantes, uma vez que o presidente da Turismo Centro de Portugal também termina funções este ano.

Prémios José Manuel Alves e prémios de teses académicas
No decorrer do Jantar Oficial foram também entregues os Prémios do Concurso de Empreendedorismo Turístico “José Manuel Alves”, instituídos pelo Turismo Centro de Portugal, e que visam apoiar projetos inovadores no setor do Turismo com implementação na região Centro. Os prémios recebem o nome do ex-presidente da Região de Turismo do Centro, numa homenagem ao homem que esteve na génese da criação do gabinete de apoio ao investimento turístico na região.

O júri final desta oitava edição, composto por Miguel Mendes (Turismo de Portugal) e Guilherme Fonseca (Portugal Ventures), premiou os seguintes projetos: 1.º classificado – “O Nosso Fado” (Ricardo Cunha e Romane Forgue); 2.º classificado – “Coimbra Experiences Hub” (Portugal Green Travel); 3.º classificado – “Vista da Torre” (Daniela Batista, Mark McClure e Adriana Mesquita).

O Concurso de Teses Académicas – de mestrado e de doutoramento – tem o objetivo de valorizar o conhecimento gerado no seio da comunidade científica sobre a atividade turística e de o aproximar das empresas do setor do Turismo e de todos os interessados em desenvolver projetos de empreendedorismo turístico.

Este ano, o júri final da sétima edição do concurso, composto por Alexandra Rodrigues (CCDRC) e Adriano Costa (Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda), distinguiu as seguintes Teses: Doutoramento – “A co-criação enquanto impulsionadora de experiências enogastronómicas” (Mariana Sousa e Silva Cabral de Carvalho); Mestrado – “A regeneração do património olivícola em Portugal com suporte no Turismo Criativo“ (Inês Costa Soares).

Houve ainda tempo para a atribuição dos prémios “Best of Responsible Trails”. Estes são promovidos pela A2Z Consulting e distinguem anualmente os percursos ao ar livre (walking e cycling) que se destacaram no ano anterior pelas melhores práticas, com a atribuição dos “Best of Responsible Trails”, em três categorias (Inteligente, Conservação e Comunidade).
Venceram, na categoria Comunidade, a caminhada PR 1 LRA – Rota do Vale do Lapedo, em Leiria; na categoria Conservação, a caminhada PR17 CVL – Rota das Pontes, na Covilhã; e na categoria Inteligente, a Grande Travessia Montanhas Mágicas em BTT.

O Jantar Oficial terminou com um discurso de encerramento por parte da Ministra Ana Abrunhosa. Pedro Machado, presidente daTurismo Centro de Portugal, defendeu hoje, em jeito de balanço do 9.º Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”, que a perceção por parte do público da marca Centro de Portugal é hoje uma realidade, o que resulta de um esforço de toda a equipa da Turismo Centro de Portugal.

A minha ação como presidente da Turismo Centro de Portugal, desde 2006, teve como objetivo construirmos um país mais equilibrado turisticamente. Quando cheguei, o maior desafio era a criar a consciência de uma marca, a marca Centro de Portugal, que resultava de 10 ex-regiões e 3 ex-juntas de turismo. Era uma missão com dificuldades acrescidas, mas também com oportunidades”, disse Pedro Machado, na Sessão de Encerramento do Fórum, no Teatro Municipal da Covilhã.

“A evolução dos números da procura turística ao longo dos anos e a criação de uma consciência da marca, são a confirmação dessas oportunidades. Hoje, a perceção da marca Centro de Portugal, com as suas convergências e divergências, é incontornável”, reforçou Pedro Machado durante a apresentação das conclusões do encontro.

José Miguel Oliveira, vereador da Câmara Municipal da Covilhã, usou também da palavra na Sessão de Encerramento, para destacar a importância dos assuntos debatidos nos três dias de evento. “Do muito que ouvimos aqui, destacaria duas ideias: a importância do turismo para uma maior sustentabilidade e coesão territorial. O turismo é um fator fundamental de coesão territorial. Tem sido capaz de ser uma alavanca de coesão, de olhar para o interior do país como um território de oportunidades”, disse.

“Estamos a crescer como nunca. Temos de reconhecer que alguma coisa de bom está a ser feito. Temos um território fantástico, saibamos todos juntos trilhar este caminho”, acrescentou.

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, concluiu a Sessão de Encerramento. “Estarmos aqui, na Covilhã, é um bom exemplo de como Portugal deve ser descentralizado nos seus destinos”, considerou, lembrando que “o turismo internacional é importante, mas os portugueses e o turismo interno são fundamentais para os territórios do interior”.“Uma coisa é certa: há cada vez mais portugueses e estrangeiros a optarem por Portugal, mesmo em locais que não eram destinos habituais. Portugal tem uma oferta ímpar na gastronomia, na História, nas paisagens, no património, que o torna um destino atraente”, disse ainda, para concluir: “O turismo continua a ser o principal motor da economia portuguesa, pelo que é preciso olhar para a promoção de forma estratégica”.

Painéis debateram sustentabilidade, marketing, turismo no interior e caminhos do turismo interno
No terceiro dia vários momentos de debate estimulante:
O primeiro painel da manhã, moderado pelo jornalista Paulo Baldaia, foi dedicado ao tema “Inspirar para Garantir a Sustentabilidade do Turismo”. Os oradores foram Luigi Cabrini, presidente do Conselho de Administração do Conselho Global de Turismo Sustentável; Alfredo Vasconcelos, Co-Owner e Produtor Executivo do Boom Festival; e João Leitão, professor e diretor da UBIExecutive Business School e do MBA@UBI e Presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional.
O segundo painel teve como mote“Marketing Territorial: como (re)criar e vender (bem) um destino”, com dois grandes especialistas no tema: Luís Paixão Martins, consultor de comunicação, e Edson Athaíde, CEO & diretor criativo na FCB Lisboa.

Depois, Augusta Carvalho, Gestora de Desenvolvimento e Sucesso Comercial do Cliente em Espanha e Portugal da Amadeus, fez uma apresentação sobre “Escassez de Recursos Humanos no Turismo: É a Transição Digital a Solução?” e Roberto Antunes, Diretor Executivo do Nest Portugal – Tourism Innovation Center, abordou “A Importância da Inovação e o Uso da Tecnologia na Cadeia de Valor do Turismo”.

O painel “Turismo no Interior do País – Desafios e Oportunidades” marcou o arranque da tarde do terceiro dia. Para esta conversa, moderada pela jornalista Sara Tainha, contribuíram Maria Regina Gouveia, vereadora da Câmara Municipal da Covilhã; Dulcineia Catarina Moura, Coordenadora Executiva da Territórios do Côa; Jorge Pessoa, empresário na área do Turismo, e Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica do Turismo do Interior.

Já a caminhar para o final do encontro, aconteceu outro momento alto, que juntou três protagonistas no painel “Caminhos para o Futuro do Turismo Interno“. Foram eles Ana Jacinto, Secretária-Geral da AHRESP, Adolfo Mesquita Nunes, advogado e ex-secretário de Estado do Turismo, e Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.
Ainda antes da Sessão de Encerramento houve tempo para a apresentação do livro “Nenhum Turista Vai a Tucson – Viagens na América”, com a presença do autor, Alberto Gonçalves, e a editora do mesmo, Zita Seabra, pela Alêtheia Editores.

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