500 anos do Foral Manuelino de Monsaraz

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O Município de Reguengos de Monsaraz vai assinalar os 500 anos do Foral Manuelino de Monsaraz. O programa anual das comemorações vai ser apresentado no sábado, dia 28 de janeiro, às 16h30, na Igreja de Santiago, em Monsaraz.

Nesta cerimónia decorrerá também a apresentação técnica das obras de conservação executadas na Torre do Relógio (monumento construído em finais do século XVII ou início do século XVIII), pelo arquiteto José Filipe Ramalho, e será assinado o auto de doação do espólio do historiador José Pires Gonçalves, que estudou e proporcionou o conhecimento do património arqueológico do concelho de Reguengos de Monsaraz. Na sessão de apresentação do programa comemorativo do Foral Manuelino de Monsaraz vão participar a Diretora Regional de Cultura, Aurora Carapinha e o historiador e autor do romance “As Horas de Monsaraz”, Sérgio Luis de Carvalho, que apresentará uma comunicação sobre a Torre do Relógio.

No romance histórico publicado em 1997 pela editora Campo das Letras, o autor recua até à longínqua data de 1562, quando um juiz procura devolver à velha fortaleza um pouco do seu antigo prestígio e monumentalidade. Para tal, resolve edificar uma torre com um relógio. A ação teve contudo reações diferentes que levou a rivalidades entre os moradores de Monsaraz: para os burgueses e mercadores locais, homens “terrenos”, a torre seria um “símbolo de orgulho urbano”, mas para o vigário da aldeia ela iria contra a natureza, ritmada pelas estações, nas quais os homens “divinos” se reviam. Nesta sessão serão ainda declamados poemas por Manuel Sérgio e atuará o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz.

No dia 1 de Junho passam precisamente 500 anos desde que o rei D. Manuel I outorgou em Lisboa um novo foral à vila de Monsaraz para substituir o antigo Foral Afonsino (atribuído por D. Afonso III em 1276). Nesta data será recriada a entrega do foral ao Alcaide, decorrerá o lançamento da edição fac-símile do Foral Manuelino e haverá um concerto comemorativo da efeméride.

O programa integra igualmente a exposição “Monsaraz na História”, que vai estar patente na Igreja de Santiago entre 1 de Maio e 30 de Junho, assim como a abertura do Museu do Fresco, que vai decorrer no dia 13 de Julho. Neste museu poderá apreciar-se o Fresco do Bom e Mau Juiz, pintura dos finais do século XV e descoberta em 1958 que representa a alegoria da justiça terrena, em que o bom e o mau juiz são os elementos principais e que evidenciam as fórmulas tradicionais de isenção e corrupção humanas.

Também no dia 13 de Julho será apresentado o projeto de recuperação do Jogo Alquerque, que era jogado no antigo Egito há mais de 3 mil anos e foi introduzido na Europa no século VIII pelos muçulmanos. Este jogo, antepassado do atual Jogo de Damas, está representado em várias lajes dispersas pela vila medieval de Monsaraz e a autarquia pretende produzir réplicas e organizar um torneio durante o verão.

O programa comemorativo do Foral Manuelino de Monsaraz inclui ainda no mês de Julho uma sessão de observação noturna de astronomia sobre a evolução do mapa celeste nos últimos 500 anos e no dia 6 de Outubro será apresentado ao público o Centro Interpretativo Multimédia de Monsaraz, que vai funcionar na Casa da Inquisição.

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