Via Algarviana: De Vaqueiros a Cachopo / Setor 4

0

Textos: Vasco de Melo Gonçalves, Luísa Dias Mendes, Via Algarviana
Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

A Via Algarviana é um projeto já com alguns anos e que sempre tive intenção de percorrer. Já cruzei o Algarve pelo mar e pelas estradas, faltava-me fazê-lo a pé. Nesta edição abordamos a primeira parte que ligou Alcoutim a Alte.
O percurso está bem assinalado mas em todos os setores levei um equipamento de GPS com os tracks, descarregados do site da ViaAlgarviana, por uma questão de conforto.
A Primavera e o Outono devem ser as melhores épocas para fazer os trajetos, não só pela beleza das paisagens, mas também pelas temperaturas amenas e a intensidade de luz.
Neste quarto setor não existe alojamento em Cachopo por isso, voltámos a pernoitar em Vaqueiros nas Casas das Aldeia.

A Proactivetur foi a empresa que nos programou a nossa deslocação à ViaAlgarviana.

Ficha do percurso
Ponto de partida: À saída da aldeia, em direção a Monchique (N37º22’59.08” W7º43’43.99”) | Grau de dificuldade: III – Algo difícil | Altitude mínima: 223 m | Altitude máxima: 406 m | Disponibilidade de água: Sim | Extensão: 14,88 km | Duração: 4 h (aprox.) | Subida acumulada: 676 m | Descida acumulada: 513 m | Mercearias locais: No início e no fim | Alojamento: Vaqueiros.

Por Onde Caminhámos
O 4º setor da Via Algarviana tem início em Vaqueiros. Aqui começam também três outros percursos: a Ligação 8 – Via Algarviana (Vaqueiros) a Martim Longo e a PR7 ACT – Cerro acima, Cerro abaixo, que se separam do nosso trilho ao chegar a um cruzamento (ambas vão pela direita, em direção a Pão Duro); e a PR8 ACT – Em busca do Vale Encantado, que partilha o nosso caminho até à aldeia de Monchique, durante cerca de 3 km.
Após atravessar Monchique, o trilho aponta para Sudoeste. Pelo caminho pode ver as pequenas hortas tradicionais, delimitadas por antigos muros de pedra e linhas de água. A paisagem é dominada por densas áreas cobertas de estevas (Cistus sp.) e pontuais povoamentos de pinheiro-manso, conhecidos localmente por “projetos”, uma vez que os proprietários receberam financiamento para a sua implementação. O relevo é acidentado e rico em miradouros naturais da paisagem.
Monchique é o primeiro dos pequenos e simpáticos povoados que vai passar neste percurso. Seguem-se Amoreira e Casas Baixas, antes de chegar finalmente a Cachopo.
De Amoreira até Casa Baixas, o traçado da Via Algarviana interceta duas pequenas rotas pedestres: a PR1 TAV – Percurso D. Quixote e a PR3 TAV – Percurso dos Montes Serranos. Em todos os pequenos aglomerados, que o traçado atravessa, existem hortas familiares de subsistência, poços de roda, casario tradicional e muros de pedra ou valados a limitar os caminhos.
Vale a pena uma pequena paragem nestes sítios para falar com a afável gente local: as pessoas são simpáticas e a cultura e as tradições rurais ainda estão bem presentes. Os quintais e as hortas estão bem cuidados e a relação com a natureza é harmoniosa. O património construído revela aspetos interessantes em fontanários, poços, noras, eiras e nos pormenores arquitetónicos antigos.
A viagem de Casas Baixas até Cachopo é muito agradável: vai atravessar um denso e bonito bosque de sobreiral. Cachopo é o principal núcleo habitacional desta região. As suas casas têm as marcas da arquitetura tradicional e a Igreja de Santo Estêvão, localizada no centro, é um conhecido lugar de peregrinação
”. Texto: ViaAlgarviana

Partilhe

Acerca do Autor

Os Comentários Estão Fechados.