A Mata da Margaraça, situada em plena Área Protegida da Serra do Açor, constitui um raro testemunho de vegetação espontânea de paisagem serrana, uma importante Reserva Biogenética, considerada como o último reduto de vegetação original do Centro do País. Abrangendo 68 hectares, a Mata da Margaraça constitui uma área que vale a pena ficar a conhecer pela sua frescura e biodiversidade.
Um local de temperaturas agradáveis e ideal para se visitar nesta época de algum calor. Ao nível da flora, o carvalho, o medronheiro, a aveleira, a cerejeira, a madressilva, o martagão, o ulmeiro e a urze (cujo pólen dá um paladar tão característico ao mel da Serra do Açor), a par de uma elevada cobertura de musgos, líquenes e fungos, são espécies em abundância que por lá se podem observar. No que toca à fauna, é de salientar o açor, a coruja do mato, o gavião, a águia de asa redonda (Buteo buteo), a gralha preta, o pombo torcaz, a rola e o dom-fafe.
Localização
Latitude: 40.2161249
Longitude: -7.919157400000017
Ficha do Percurso
Ponto de Partida / Centro de Interpretação – Mata da Margaraça
Ponto de Chegada / O da partida
Subida Acumulada / 61,6 m
Descida Acumulada / 45,7 m
Tipo / Circular
Dificuldade / Médio
Tipo de piso / Terra ou rochas
Extensão / 1,5 km
Classificação / Pedestre
Inicia-se junto ao Centro de Interpretação da Área Protegida. Ao longo do percurso pode desfrutar-se da tranquilidade da mata, dos seus odores e sons característicos e observar: antiga represa de água; antigos terrenos agrícolas; um pequeno núcleo museológico na Casa da Eira; fornos de refugo (construção em xisto onde se preparava a madeira de castanho utilizada na manufatura das cestas); moinho de rodízio horizontal junto à ribeira. As espécies vegetais características desta floresta podem observar-se ao longo de todo o percurso.
O percurso atravessa uma das antigas áreas de terrenos agrícolas, se olhar com atenção, pode verificar que ainda é visível o afeiçoamento do terreno em declives mais suaves. Estes socalcos ou quelhadas, separadas por velhos muros de xisto, evidenciam a antiga utilização agrícola. Logo no início do percurso, do lado direito, pode ainda observar uma antiga represa de água, utilizada para regar os terrenos agrícolas. Uma levada de água, da qual ainda são visíveis vestígios, transportava água até esses terrenos. Desde há meio século os terrenos foram sendo abandonados em virtude do despovoamento e do envelhecimento da população.
A floresta foi, progressivamente, reconquistando o território que antes lhe pertencia, pelo que hoje podem-se observar nesta área as espécies características deste tipo de floresta, nomeadamente carvalhos, castanheiros, azereiros, azevinhos, ulmeiros, nogueiras, cerejeiras… Podem-se observar alguns castanheiros enxertados com variedades mais interessantes em termos de produção de fruto (longal, vermelhinha, riscadinha e martaínha), técnica igualmente utilizada na antiga área de souto da quinta. A floresta que observa à sua volta é uma relíquia da floresta primitiva que cobria estas serranias xistosas antes da intervenção humana. Os incêndios sucessivos, os cortes de floresta para obter solo arável e para a pastorícia acabaram por reduzir uma antiga floresta frondosa às extensas áreas de matagal que hoje cobrem esta serra. Restam poucos vestígios dessa antiga floresta, a Margaraça constitui o mais extenso e bem conservado desses últimos redutos. Fonte: Natural.pt