A bordo de um veleiro; de Lisboa ao porto de Sines.

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Navegando no Atlântico.

Largámos de Lisboa rumo a Sines a bordo do Najad 355, um veleiro com 10,90 m de comprimento, sem muito vento mas com um conforto imenso. O navegar à vela na nossa costa, entre Lisboa e Sines, é algo de muito gratificante devido à grande beleza das falésias e à inúmera fauna que podemos observar ao longo do nosso trajecto de cerca de 58 milhas náuticas. O azul profundo do mar e o silêncio potenciam a nossa concentração e sensibiliza-nos para o respeito que devemos ter com a Natureza.

A largada

Pelas 7 horas da manhã a azáfama era grande, na Doca do Espanhol no porto de Lisboa, com os preparativos para a largada do Najad 355 rumo ao Algarve. Era notória a ansiedade do proprietário (este é o seu terceiro barco) para ver como se portava o seu barco nesta viagem de estreia.

As condições meteorológicas, devido à ausência de vento, não eram famosas para quem quer navegar à vela.

A saída do porto de Lisboa foi feita a motor e a uma velocidade de cruzeiro na ordem dos 7 nós e às 2000 rpm. O motor é um Volvo Penta de 30 Cv que se mostrou muito eficaz quer nas manobras como a navegar e, mais que tudo, é silencioso o que demonstra um bom trabalho de insonorização.

Depois de deixarmos o Bugio por estibordo desenrolámos a genoa para aproveitar o vento fraco que soprava de W que nos permitia navegar a 3,8 nós com 6,3 aparente.

Mas foi curta esta nossa tentativa pois o vento baixou de intensidade e obrigou-nos a ligar novamente o motor. Com o amanhecer tivemos a visita de um bando de golfinhos que permaneceu junto a nós durante alguns minutos.

Sensivelmente em frente da Lagoa de Albufeira entrou um vento de NW com 10 nós reais. Voltámos a desligar o motor e aproveitámos para apreciar a evolução do Najad 355 que apesar dos ventos fracos consegue facilmente atingir os 5 nós de velocidade.

Ainda com os golfinhos na nossa memória fomos presenteados com a passagem de uma baleia de pequenas dimensões, a qual não conseguimos identificar.

Passado o Cabo Espichel o vento volta a quebrar e optámos por fazer um largo com um vento de SW. A nossa velocidade era de 5 nós para um vento aparente de 8 nós.

O Najad 355 progredia com facilidade e sempre muito fácil de controlar devido a uma roda de leme de boa dimensão e sensível. A posição de leme é confortável tanto de pé como sentado levantando-me alguma dúvida na posição sentada, numa bolina cerrada devido à falta de um apoio para os pés.

A 20 milhas de Sines o vento aumenta de intensidade para 10 nós aparente e que nos proporciona uma velocidade de cruzeiro na ordem dos 6,3 nós. A aproximação ao porto fez-se numa popa arrasada em borboleta. A chegada a Sines deu-se pelas 17 horas a tempo de apreciar um gim tónico… e um fim de tarde excelente. O regresso a Lisboa fez-se de carro mas antes, foram as despedidas da restante tripulação que pernoitou em Sines para depois rumar ao Algarve.

O BARCO

Interior luminoso e com bastante espaço

Nesta coisa dos passeios de barco a componente conforto é muito importante principalmente, nas viagens com mais de um dia de duração.

O interior do Najad 355 é um misto de sobriedade com modernidade um conceito, só ao alcance dos grandes construtores.

O estaleiro optou por um lay-out composto por duas cabinas duplas, casa de banho, salão e cozinha.

Apesar da reduzida dimensão do barco temos uma noção de espaço elevada que nos é transmitida por um pé direito de 1,97 m, uma luz natural abundante e facilidade de deslocação grande.

Apesar do design moderno no Najad 355, Dick Young não se esqueceu que os veleiros fizeram-se para navegar. Logo no acesso ao interior temos degraus com diversos pontos de apoio para as mãos, todo o mobiliário possui acabamentos arredondados, ao longo do salão temos um passa-mãos. Por vezes é nos pormenores que conseguimos ver as grandes diferenças entre modelos de barcos com a mesma dimensão mas com preços tão diferentes…

No que diz respeito à distribuição interior não existe grande inovação. Temos uma cabina dupla à popa, uma cabina dupla à proa, cozinha em L a bombordo, salão e casa de banho a estibordo. As dimensões são as correctas para um barco com 11 m de comprimento, existem diversos cofres para arrumos em todas as cabinas e salão. A estibordo e junto a um sofá temos uma pequena mesa de cartas e um painel de controlo de todo o sistema eléctrico de bordo.

O acesso principal ao motor faz-se levantando os degraus de uma forma simples bem como às bombas de fundo.

Ao nível da funcionalidade e a navegar comprava-se que a concepção é a mais correcta. Conseguimos trabalhar na cozinha com normalidade e é fácil a passagem de alimentos ou bebidas para o convés pois, está situada mesmo junto à entrada. A localização permite também uma boa circulação de ar.

Outro aspecto interessante é o da casa de banho com a possibilidade de separação de resíduos através de válvulas independentes.

O salão é confortável para se estar como zona social e, mesmo não tendo tomado qualquer refeição posso acrescentar que as proporções são correctas mesmo para indivíduos de elevada estatura.

Ficha técnica do barco

Modelo 355; Construtor Najad; Origem Suécia; Comprimento total 10,90 m; Comprimento na linha de água 9,27 m; Boca 3,40 m; Calado 1,90 m; Deslocamento 6 200 kg; Lastro 2 520 kg; Água 250 L; Combustível 150 L; Motor Volvo D1-30; Superfície vélica 63,5 m²; Projecto Judel / Vrolijk.

Informações úteis

Distância: 58 milhas náutica.

Aluguer de barco: Uma das empresas que se dedica a esta actividade é a Sea Way Charter que possui uma frota de catamarãs à vela Lagoon (38, 42 e 44 pés) e lanchas a motor (com 45 e 50 pés) com um serviço personalizado e com a possibilidade de adaptação às exigências dos clientes. O aluguer pode ser com ou sem skipper.

Contacto: – Sea Way Charter / ana.caetano@seaway.co.pt

O navegar à vela na nossa costa, entre Lisboa e Sines, é algo de muito gratificante devido à grande beleza das falésias e à inúmera fauna que podemos observar ao longo do nosso trajecto de cerca de 58 milhas náuticas. O azul profundo do mar e o silêncio potenciam a nossa concentração e sensibiliza-nos para o respeito que devemos ter com a Natureza.

A largada

Pelas 7 horas da manhã a azáfama era grande, na Doca do Espanhol no porto de Lisboa, com os preparativos para a largada do Najad 355 rumo ao Algarve. Era notória a ansiedade do proprietário (este é o seu terceiro barco) para ver como se portava o seu barco nesta viagem de estreia.

As condições meteorológicas, devido à ausência de vento, não eram famosas para quem quer navegar à vela.

A saída do porto de Lisboa foi feita a motor e a uma velocidade de cruzeiro na ordem dos 7 nós e às 2000 rpm. O motor é um Volvo Penta de 30 Cv que se mostrou muito eficaz quer nas manobras como a navegar e, mais que tudo, é silencioso o que demonstra um bom trabalho de insonorização.

Depois de deixarmos o Bugio por estibordo desenrolámos a genoa para aproveitar o vento fraco que soprava de W que nos permitia navegar a 3,8 nós com 6,3 aparente.

Mas foi curta esta nossa tentativa pois o vento baixou de intensidade e obrigou-nos a ligar novamente o motor. Com o amanhecer tivemos a visita de um bando de golfinhos que permaneceu junto a nós durante alguns minutos.

Sensivelmente em frente da Lagoa de Albufeira entrou um vento de NW com 10 nós reais. Voltámos a desligar o motor e aproveitámos para apreciar a evolução do Najad 355 que apesar dos ventos fracos consegue facilmente atingir os 5 nós de velocidade.

Ainda com os golfinhos na nossa memória fomos presenteados com a passagem de uma baleia de pequenas dimensões, a qual não conseguimos identificar.

Passado o Cabo Espichel o vento volta a quebrar e optámos por fazer um largo com um vento de SW. A nossa velocidade era de 5 nós para um vento aparente de 8 nós.

O Najad 355 progredia com facilidade e sempre muito fácil de controlar devido a uma roda de leme de boa dimensão e sensível. A posição de leme é confortável tanto de pé como sentado levantando-me alguma dúvida na posição sentada, numa bolina cerrada devido à falta de um apoio para os pés.

A 20 milhas de Sines o vento aumenta de intensidade para 10 nós aparente e que nos proporciona uma velocidade de cruzeiro na ordem dos 6,3 nós. A aproximação ao porto fez-se numa popa arrasada em borboleta. A chegada a Sines deu-se pelas 17 horas a tempo de apreciar um gim tónico… e um fim de tarde excelente. O regresso a Lisboa fez-se de carro mas antes, foram as despedidas da restante tripulação que pernoitou em Sines para depois rumar ao Algarve.

O BARCO

Interior luminoso e com bastante espaço

Nesta coisa dos passeios de barco a componente conforto é muito importante principalmente, nas viagens com mais de um dia de duração.

O interior do Najad 355 é um misto de sobriedade com modernidade um conceito, só ao alcance dos grandes construtores.

O estaleiro optou por um lay-out composto por duas cabinas duplas, casa de banho, salão e cozinha.

Apesar da reduzida dimensão do barco temos uma noção de espaço elevada que nos é transmitida por um pé direito de 1,97 m, uma luz natural abundante e facilidade de deslocação grande.

Apesar do design moderno no Najad 355, Dick Young não se esqueceu que os veleiros fizeram-se para navegar. Logo no acesso ao interior temos degraus com diversos pontos de apoio para as mãos, todo o mobiliário possui acabamentos arredondados, ao longo do salão temos um passa-mãos. Por vezes é nos pormenores que conseguimos ver as grandes diferenças entre modelos de barcos com a mesma dimensão mas com preços tão diferentes…

No que diz respeito à distribuição interior não existe grande inovação. Temos uma cabina dupla à popa, uma cabina dupla à proa, cozinha em L a bombordo, salão e casa de banho a estibordo. As dimensões são as correctas para um barco com 11 m de comprimento, existem diversos cofres para arrumos em todas as cabinas e salão. A estibordo e junto a um sofá temos uma pequena mesa de cartas e um painel de controlo de todo o sistema eléctrico de bordo.

O acesso principal ao motor faz-se levantando os degraus de uma forma simples bem como às bombas de fundo.

Ao nível da funcionalidade e a navegar comprava-se que a concepção é a mais correcta. Conseguimos trabalhar na cozinha com normalidade e é fácil a passagem de alimentos ou bebidas para o convés pois, está situada mesmo junto à entrada. A localização permite também uma boa circulação de ar.

Outro aspecto interessante é o da casa de banho com a possibilidade de separação de resíduos através de válvulas independentes.

O salão é confortável para se estar como zona social e, mesmo não tendo tomado qualquer refeição posso acrescentar que as proporções são correctas mesmo para indivíduos de elevada estatura.

Ficha técnica do barco

Modelo 355; Construtor Najad; Origem Suécia; Comprimento total 10,90 m; Comprimento na linha de água 9,27 m; Boca 3,40 m; Calado 1,90 m; Deslocamento 6 200 kg; Lastro 2 520 kg; Água 250 L; Combustível 150 L; Motor Volvo D1-30; Superfície vélica 63,5 m²; Projecto Judel / Vrolijk.

Informações úteis

Distância: 58 milhas náutica.

Aluguer de barco: Uma das empresas que se dedica a esta actividade é a Sea Way Charter que possui uma frota de catamarãs à vela Lagoon (38, 42 e 44 pés) e lanchas a motor (com 45 e 50 pés) com um serviço personalizado e com a possibilidade de adaptação às exigências dos clientes. O aluguer pode ser com ou sem skipper.

Contacto: – Sea Way Charter / ana.caetano@seaway.co.pt

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